domingo, 15 de novembro de 2020

Observando

Eu simplesmente observo...

Observo que estamos num mundo onde nada sabemos, mas reinam as certezas!

Observo que estamos num mundo onde queremos ser respeitados, mas respeitamos acima de tudo aquilo que nós pensamos, dizemos e fazemos.

Acho triste!

Estamos perante uma situação, que provavelmente nenhum de nós esperou viver. Certamente todos temos receios, certamente todos nos preocupamos, certamente todos tentamos fazer o que achamos certo.

Mas todos nós somos diferentes, tivemos percursos de vida diferentes, vemos o mundo de forma diferente. E isso não tem nada de errado, muito antes pelo contrário.

Por isso é bem normal, que nesta situação de pandemia que todos vivemos, possamos ter reações diferentes, possamos ver as coisas de forma diferente,...

Alguns de nós vivem sob as ordens do medo,  acreditando que precisamos parar o mundo para sobreviver ao vírus.

Outros, dizem os primeiros, vivem sob as ordens da negação, acreditando que parar o mundo não faz parte da solução.

Alguns dizem que as pessoas não entendem, enquanto não morrer de covid, alguém da família deles. 

Outros dizem que as pessoas não entendem, enquanto não morrer por falta de assistência médica, alguém da família deles.

E todos podem ter razão. E, tudo estaria certo, e tudo isso poderia até ser interessante se conseguíssemos sentarmo-nos à mesma mesa, analisar os diferentes pontos de vista, os porquês, os caminhos possíveis,... poderia não só interessante como poderia ser o caminho para encontrar a solução.

Mas em vez disso perdemos energia e tempo a ofender e humilhar todos os que pensam de forma diferente da nossa.

A internet, os canais (supostamente) de notícias, os jornais,  estão cheios de agressões recíprocas.

Os meios de comunicação, social supostamente isentos, tomam partido duns e de outros e fazem questão de chamar debate e notícia a espetáculos gratuitos de agressão com os seus respetivos apoiantes a gritar vitória à vez.

Por muito que eu ache estranho, parece que se entende que a razão está o lado de quem mais grita, de quem mais ofende, de quem mais palavrões diz.

Parece que se acredita que o importante numa conversa é ter razão! 

Parece que se acredita que, para resolver um desafio que é de todos nós, o caminho é criticar o outro, julgá-lo,  rebaixá-lo, ofendê-lo, humilhá-lo, agredi-lo e se necessário for matá-lo.

Não é relevante se tenho razão, o que eu gostava mesmo era que conseguíssemos encontrar uma solução útil para a humanidade.



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